Setembro acabou, e agora?
Setembro Amarelo é um mês dedicado à prevenção do suicídio, e tem o objetivo de promover a conscientização sobre a saúde mental e a importância de buscar ajuda. Durante este período, diversas campanhas e atividades são realizadas para incentivar diálogos sobre o tema e oferecer suporte a quem está enfrentando dificuldades emocionais. É uma oportunidade para desmistificar o assunto e fortalecer a rede de apoio. Mas e quando o mês acaba? Como ficam essas questões o restante do ano todo?
É comum se escutar que pessoas que cometem suicídio dão sinais, mas não podemos afirmar isso. Nunca sabemos exatamente o que se passa na cabeça de uma pessoa, além disso, o sofrimento não é algo aparente. A dor psíquica, ao contrário de uma lesão física, não é visível e muitas vezes é mal compreendida. Isso pode levar ao estigma e à falta de apoio para quem a enfrenta.
O comportamento suicida se trata de um um fenômeno multifatorial, ele não envolve somente fatores psicológicos, como também fatores culturais, biológicos, genéticos e sociais. Esses elementos interagem de maneira complexa, influenciando comportamentos, emoções e pensamentos. A pessoa não é apenas seu psicológico ou seu físico, mas sim um conjunto de diversos fatores.
A valorização da vida não pode estar atrelada apenas a um mês, ela deve continuar acontecendo todos os dias, inclusive em relação a políticas públicas, melhores condições de vida, acesso à saúde, emprego, educação e alimentação. Além desses aspectos, o sujeito ter possibilidade de acesso a um cuidado de saúde mental é fundamental para o alívio do seu sofrimento.
O ato do suicídio é um ato de desespero, a pessoa que decide dar fim a sua vida, não consegue enxergar mais nenhuma outra possibilidade de existência. A psicoterapia entra para auxiliar o sujeito que está em desespero, através do acolhimento e de escuta qualificada, para que ele possa de alguma forma se apropriar de suas angústias, ampliar sua maneira de enfrentamento de seus sofrimentos, possa ter maior compreensão de seus processos e assim consiga se lançar no futuro com possibilidades ampliadas.
Setembro está chegando ao seu final e, com isso, só teremos novas campanhas de prevenção ao suicídio no próximo ano. Mas não precisamos esperar mais um ano para salvar vidas, pequenos atos no cotidiano podem fazer isso. Você também pode salvar uma vida, incentive hábitos saudáveis, escute, acolha, se informe, procure ajuda de um profissional.
Juntos somos mais fortes.
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